sábado, 27 de fevereiro de 2010

Desconhecido castigo



Meu ciume é contido, guardado como inimigo
dou vazão a minha parte mais sórdida
mas, a ele não.

Sei lidar com a dor física,
com a falta do que fazer
ou de uma companhia agradável
ou até mesmo de você.

Consigo ficar sem grana
sem te ouvir dizer que me ama
e até mesmo ficar sem comer
mas lidar com ciúme?
Me sinto no jardim de infância
portanto, ignoro
esqueço que por vezes choro
se ele aparecer...

Desligo o botão do sentir
adormeço meus sentidos
depois disso "Eu nem te ligo"
me empolgo com outros compromissos
e mais uma vez eu consigo,
driblar
esse desconhecido castigo

sexta-feira, 26 de fevereiro de 2010

Como um deus



como a brisa,
que arrepia a pele,
voce passou e comprovou
ela não faz curva e volta.

Como pêndulo
voce não apenas se movimenta
para lá e para cá
mas também permanece inerte
se não for atiçado, 
impulsionado
pára, literalmente,
mas não sei onde
e nem porquê.

Como água viva
se aproxima,
me colore a vida
e queima antes de ir embora
(é assim que deixa meu coração)

Como um deus
muda o curso da minha vida,
com um poder tamanho
de me fazer amar,
e como se obedecesse a Zeus
simplesmente me aterrissa 
à Terra e some... 
sem me dar a chance
de, ao menos,
te acompanhar.

quinta-feira, 25 de fevereiro de 2010

Velha infância perdida



Coragem, criança!
Não se amedronte diante da vida,
te tomaram a boneca, a infancia,
perdoe por toda essa ignorância.
"Eles não sabem o que fazem nem o que dizem!"
Vamos pensar assim
é bem mais fácil de engolir.
Reage, se te tomaram a infancia
implica que não és mais criança
e tens a obrigação de florir teu caminho
Dizemos que é culpa do destino
tudo o que foge ao nosso controle
com isso nos roubamos a única chance
de enxergar o erro e tentar criar um novo começo
Não importa quem errou ou nos induziu ao erro
o que importa agora é o recomeço.
Comece... comece de novo e comece sempre
abuse do ponto final é ele que nos faz fortes
Olhar para traz e reconhecer nosso inimigo é bom.
É como tomar uma injeção de doença para se munir de defesas depois
A batalha um dia chegará... e será nosso corpo a vencer!
Cresça agora enquanto criança, já que esse tal de destino assim o quis,
para que em sua velhice você possa curtir sua velha infância perdida
com a felicidade de jamais ser chamado de aprendiz

quinta-feira, 11 de fevereiro de 2010

Falsa Fênix



E ver-te por entre névoas
sob raios de luz que me cegava
por sobre a baía, esquivei-me de ti
lá onde minhas dores ainda chorava

Ferida de amor, perdida, em prantos
como podia eu dar-te amor em quebranto
era o que restava em meu semblante fenecido
uma alma sentenciada a dor por um algoz desmedido

Acovardei-me em tua presença, bem sei!
Percebi ali, não seria capaz de amar de novo
Em minha face, encoberta por aquela espessa chuva,
escondi de ti minha aflição que jazia nua e crua

Não há palavras que descreva o que sinto
nem a dor de perceber que serias tu o meu Rei
- Não fosse esse labirinto!
Oh, tormenta, que não é maior que meu lamento
Perder meu algoz e meu Nobre em um só momento
Faz-me pior, a vagar com alma penante,
falsa fênix, que em agonia dissecante
se nega a ressurgir do pó pra vida
nesse flébil e sufocante céu cinzento

quarta-feira, 10 de fevereiro de 2010

Meu reino não é desse mundo!



Meu reino não é desse mundo
acredito no que não vejo
sinto o toque dos ausentes beijos
e ainda assim, crucificada
flutuo por entre as águas da paixão
pois minha fé é quem guia meu coração
Acredito que exista amor semente
desses que enraizam dentro da gente
e ramifica por entre os poros da emoção
Falo em alto e bom som, grito se for preciso
não devo silenciar o que há de bom
Porque não acordar os passarinhos
se eles vão alegrar a paisagem, a canção
complementando meus versos sem ilusão?
Me faço pequena para fazer-te grande
Ofereço o lado esquerdo da face
se beija o outro lado primeiro
Sei que tu me amas sorrateiro
e me batizo nas águas tranquilas
de teus versos brancos tingidos de vermelho
pelo sangue que pulsa e escorre entre meus dedos
que vem do lado esquerdo do peito
já machucado pela estrada da vida
mas que não me intimida
faz de mim ferro e fogo
que não se perfura facilmente
nem se apaga pelo sopro fraco da dor
Não ligo pra esse mundo profano
resisto, sobrevivo, me arrasto proclamando:
"Em minha vida quem reina é o amor!"

Maior que o infinito



Não mensuro nem qualifico
meu amor com nada é parecido
Preciso de ti, eu suplico
como a esse ar
que a cada segundo eu respiro
Você me faz muito bem
como essa brisa suave
que resguarda minha pele
desse sol de verão delirante
sem ti, desidrato num instante
e me banho de ti sem pudor
que tem alma leve, refrescante
Tenho medo de medidas
e descobrir que é maior do que eu
não quero saber o tamanho
do que o futuro me tomará como seu
Vivo o presente contigo
sem perguntas, sem respostas
para que se ausencia nos visite amanhã
nos tornemos lembrança e nunca castigo
Mas te amo, isso eu digo e repito
Pra quê saber mais
se teu espaço em mim
é bem maior que o infinito?

segunda-feira, 8 de fevereiro de 2010

Sou tua doce sina



Sou pura ilusão de ótica
imagens que se fundem no pensar
ultrapassando limites, silenciosamente
me formando presente em sua frente
criando correntes, elos, inimagináveis
pulsando, arrepiando teu corpo
exalando perfume do pecado
que te sufoca até o ultimo suspiro
de um tipo de prazer um dia esquecido
Deixo tuas mãos trêmulas, umidecidas
tocando o vento como quem toca a pele
dourada, imaginária e viva na mente
que deixa rastro, flashes de um algo
provocante que presenteia saudade
Sou um amor esquisito...
de instantes fictícios
que enfrenta, desacata e fascina
te pega, te explora, transborda
Já era hora
Sou tua Donna, não sou menina
Sou ave de rapina
não há como se esquivar
sou tua doce sina

quinta-feira, 4 de fevereiro de 2010

Minha rima é você



Coração cheio de amor é,
não somente meu tormento
como também encantamento,
que eu preciso pra sobreviver
(meio paradoxo, mas é real)

Quando eu estiver ausente
me encontre no céu, no mar
(e nos seus encantos)
te trago no pensamento
enquanto sigo respirando

Minha fragilidade é você
que me desconserta
como criança a um brinquedo
depois sem jeito
vou tentando reordenar
meu coração
(que tornou-se seu)
minhas palavras
(que só rimam com teu nome)
minha caminhada
(que procura te encontrar)

Se tu, vida, determinas
Não quero eu buscar outra rima
prefiro os substantivos
(Sintonia, Ousadia, poesia)
e dispenso os verbos
no futuro do pretérito
que só me trazem hipóteses
e incertezas
rimando você com utopias

Anjo amigo



O sofrimento fortalece,
é a verdadeira prova final
dessa faculdade chamada vida,
e não finda. 
Nem sempre somos aprovados
por vezes precisamos voltar,
refazendo caminhos,
procurando descobrir
o quê e onde perdemos, 
afinal.

Há uma felicidade nisso
(não menos importante
que o aprendizado)
e não tem preço,
é quando descobrimos nossos anjos, 
os verdadeiros amigos.

Poucos...

Esse anjo que meu olhar acaricia
com um amor puro e verdadeiro,

Que me sonda,
Que me acolhe,
Que me ensina,

Que desaprende,
ou desapega,
em meu favor.

Que chora,
mas me enxuga
as lágrimas.

Que some
e reaparece quando
mais preciso.

Que me guarda
em lugar seguro.
E me aguarda voltar
de qualquer estrada perdida.

Que se ausenta,
quando preciso estar sozinho..

Que fala, o que preciso ouvir.
Ou cala, quando o silêncio
fala mais que mil palavras.

Tudo isso floresce em mim,
botões de amor
de uma recíproca
muito mais que verdadeira.

O carinho,
O amor,
O respeito,
traduzem tudo o que sinto
e o porquê que carrego vocês
para sempre dentro do peito.


Aos amigos:

Flavia Freitas,
Carla Chagas
Joseane
e
José Netto