domingo, 20 de junho de 2010

Mea Culpa



Mirante,

esse que olho...

sem lados,

sem fim,

sem saídas.

Meu Deus...

me diz,

o que será de mim?



Mea-culpa?

Ah, quem me dera...

sou mais que isso.

Sou a carne,

sou a verdade

do lado mentira,

sou o foço d'um poço chamado desgosto

sou a desgraça do que dizia:

"Ah, quem me dera!"


Ele espreita,

e sofre,

e decide,

e quem sabe eu suplique

ainda mais...

Mea-culpa?

Ah, quem me dera!

Sou a parte real da mentira,

aquela que no imaginário se dizia

mas não era,

mas fingia

e bem...

tanto que foi crucificada

no ócio

no silêncio

no vazio

d'um momento que cala

mas não tarda

e fala...

e tudo terá fim.

Só não se sabe que fim...

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