sábado, 7 de novembro de 2009

Minha bela Maceió



Acordar cedinho
com o sol lindo a brilhar
Café preto cuado no pano
Cuscuz quentinho, no fogo cheirando
e manteiga do sertão a derreter
Na chapa o queijo coalho
do lado, uma faca, um prato
e eu na mesa a comer

Bucho cheio, que nada!
Boto uma meia, um tênis
e pego logo a estrada
de short curtinho e camiseta
esqueço logo da mesa
Num pego o carro de jeito nenhum
Me abaixo, dou uma alongada
Vou fazer minha caminhada
pra vê se endureço o bumbum

E lá vou eu ...
por entre ruas tranquilas
de óculos escuros e boné
logo avisto Seu Zé,
e seu carrinho de madeira,
de chinelo véio quase descalço
Chei'de gente em seu encalço,
Só dois no banquim de madeira
o resto de pé ou sentado no chão
Por aqui isso é besteira,
Depois bate na bunda,
Se não sujar ninguem liga não

Ele botou um real no bolso,
Numa mão o pastel de vento
Na outra o caldo de cana
foi entregar pra D. Ana,
que tá do outro lado da rua

E parecendo que seu Zé tava longe,
mesmo perto dele, ela gritou:
"Com muito gelo, meu amô?"
Ela, pegando no Posto uma ficha,
quem sabe em dois meses consiga
levar seu filho doente pro doutor

Vou seguindo em frente
tentando me exercitar
mas que nada, respiro fundo
admirando as cenas da vida
e a rotina desse lugar

É... pra chegar na praia
passo por Semáforos e "gelo baiano"
pela faixa de pedestres vou atravessando
e logo o cenário vai mudando
sentindo o cheiro do mar
com suas águas verdes e areia branquinha
admirando os coqueirais
Não paro e com segurança passeio
pois segurando com força o arreio,
observando tudo a cavalo,
estao por ali os policiais

Eita, que já vi o ômi do chapéu
Só chamo ele de "Ômi"
Nunca perguntei seu nome
e ele o meu nem se fala
Mas, seu chapéu eu comprei
Vou-me embora na pressa
No prego o pagamento ficou
Fim do mês a gente conversa
Não tenho cara de "dotô"
mas em mim ele confiou

Passo por Ponta verde
entre Jatiuca e Pajuçara
E já chegando na feirinha do artesanato
dou meia volta e volto pra casa
Nessa hora que o sol tá pelando
vou também me bronzeando
pois é quente de dar dó

Depois de uma chuveirada
vou direto trabalhar
e agradeço a Deus todos os dias
por aqui ter nascido, crescido
e a vida inteira curtido
na minha bela Maceió

Um comentário:

Arnoldo Pimentel disse...

Bom dia amiga, linda poesia e linda deve ser a sua Maceió, mas o café da manhã ai é uma tentação.Beijo no coração.Arnoldo