Alguém queria pôr um preço em minha solitude,
mas não havia dinheiro que chegasse.
Nada que me apartasse daquele cheiro de palavras.
Daquele tipo de cheiro que costuma ter cor e som,
que vira fotografia de um filme bom.
Dizer para ninguém, prefiro!
Ninguém me ouve...
Não quer me interpretar, só me ouve.
Ninguém ouve meu silêncio
pacientemente,
não me analisa.
Só queria que ninguém ficasse ao meu lado,
todos os dias.
Jal Magalhães
Amo o que vejo, o que ouço, o que sinto...
terça-feira, 20 de maio de 2014
sexta-feira, 7 de março de 2014
Smile
Meus olhos sorriem,
um sorriso largo
como daqueles bonequinhos “smile“ de batata frita congelada.
Tentador é sentir frio na barriga e não se embriagar dessa sensação.
A palavra seguinte se antecipa a anterior causando frisson em minhas frases.
Euforia...
Palavras submersas respirando por apenas uma pequena bolha de ar,
que surge ao acaso, ou de improviso ou de favor...
sabe-se lá!
Palavra antiga que não envelhece, não tem idade.
Eterniza-se nesse breve presente de apenas um segundo,
medida de tempo que passa, logo o presente passa.
O segundo passa, mas a palavra fica no segundo de agora.
A palavra é estável.
Você é palavra.
Você não envelhece.
Você não passa.
Mesmo que o tempo passe,
você não passa.
Você sendo palavra, e não pessoa, é o segundo de agora e não o que passou.
Por isso o sorriso largo, de “smile“,
pois mesmo que deixemos de existir algum dia,
renasceremos a cada momento em que essas palavras forem lidas.
Nesse instante, nesse segundo, seremos vida.
domingo, 2 de março de 2014
COVA ARDIA
Sei que a solidão do meu poema tem tua companhia.
Constante és nessa tua ausência tão marcante.
Sei que tu estás.
E ao ler estas linhas, é um tal de auto controle indesejável.
Covarde és... auto controle.
Teu sorriso solitário me responde.
Um sarcasmo que me consome.
Covarde... fragilidade.
Tua cadeira gira, mas não tira do lugar.
Não há enfrentamento,
apenas o pensamento que consome.
Devorador de almas.
Covarde... arma.
Não só se apunhala,
mas se arrasta,
levando-me consigo em sua COVA ARDIA.
Constante és nessa tua ausência tão marcante.
Sei que tu estás.
E ao ler estas linhas, é um tal de auto controle indesejável.
Covarde és... auto controle.
Teu sorriso solitário me responde.
Um sarcasmo que me consome.
Covarde... fragilidade.
Tua cadeira gira, mas não tira do lugar.
Não há enfrentamento,
apenas o pensamento que consome.
Devorador de almas.
Covarde... arma.
Não só se apunhala,
mas se arrasta,
levando-me consigo em sua COVA ARDIA.
sexta-feira, 21 de fevereiro de 2014
Algumas poucas palavras...
Preciso da tua palavra,
da tua gritaria tardia e espaçada
- que fazia alarde, e só.
Nada além de fragmentos
de uma desprezível medida de vontade.
Homeopático do amor,
curando o coração com abstinência e se auto imunizando com
o próprio veneno que exala.
Acostumo-me com o quadro branco,
sem riscos,
sem risos,
sem lágrimas.
Me vem o impulso de escrever doces palavras.
Mas não me identifico com essa angustiante forma de dizer o que não se sente.
Se o buraco é negro, deixa estar.
Talvez esse incomensurável vazio se preencha com a escuridão de sua profundidade.
Que seja vazio enquanto cure…
Foto: Carol Burgo
da tua gritaria tardia e espaçada
- que fazia alarde, e só.
Nada além de fragmentos
de uma desprezível medida de vontade.
Homeopático do amor,
curando o coração com abstinência e se auto imunizando com
o próprio veneno que exala.
Acostumo-me com o quadro branco,
sem riscos,
sem risos,
sem lágrimas.
Me vem o impulso de escrever doces palavras.
Mas não me identifico com essa angustiante forma de dizer o que não se sente.
Se o buraco é negro, deixa estar.
Talvez esse incomensurável vazio se preencha com a escuridão de sua profundidade.
Que seja vazio enquanto cure…
Foto: Carol Burgo
terça-feira, 10 de setembro de 2013
Pensamento solto
Mesmo te olhando com olhos de sono,
senti que forças me sobrevinham diante daquela intermitente
luta contra o cansaço.
Sua confiança em mim era o que me fazia sentir forte,
o que não me deixava desistir.
Minha atuação até me fazia acreditar que tudo era possível,
que eu poderia fazer aquele carrossel andar na contramão
daquele destino conturbado.
Estiletes de palavras operando na derme do momento.
Tanta dor, tanta falta de recursos.
A tristeza trancafiada no zeloso guardador de memórias.
Uma escuridão se aproximando querendo apagar o feixe de luz.
Vielas arquitetando proximidades.
Candelabros se acendendo.
Multicores trazendo os sorrisos que faltavam.
Ausência de verdade naquele sorriso que pouco a pouco mentia,
se sentindo dono da verdade,
e a verdade ali era o que menos importava,
acreditar era o bastante.
A verdade que vinha do entendimento, da interpretação
era o que traria a resposta.
senti que forças me sobrevinham diante daquela intermitente
luta contra o cansaço.
Sua confiança em mim era o que me fazia sentir forte,
o que não me deixava desistir.
Minha atuação até me fazia acreditar que tudo era possível,
que eu poderia fazer aquele carrossel andar na contramão
daquele destino conturbado.
Estiletes de palavras operando na derme do momento.
Tanta dor, tanta falta de recursos.
A tristeza trancafiada no zeloso guardador de memórias.
Uma escuridão se aproximando querendo apagar o feixe de luz.
Vielas arquitetando proximidades.
Candelabros se acendendo.
Multicores trazendo os sorrisos que faltavam.
Ausência de verdade naquele sorriso que pouco a pouco mentia,
se sentindo dono da verdade,
e a verdade ali era o que menos importava,
acreditar era o bastante.
A verdade que vinha do entendimento, da interpretação
era o que traria a resposta.
Pensamento
que o pensamento vagueia
e faz surgir
grandes clarões de idéias…
"Bonne nuit. Fais de beaux rêves”
quinta-feira, 4 de julho de 2013
Estou aqui
O sorriso não é de quem vê,
mas de quem sente.
Prefiro a arte de sentir,
mesmo que ela doa.
Um coração angustiado
coleciona desafios inacabados
e profetiza desgostos.
Porque um coração tão duro?
As palavras não se desgastam com o tempo,
mudam de sentido,
mostram a verdade.
Darei sempre "a cara a tapa"
e no final saberei para onde ir.
Foi assim que fui, e estou aqui.
E aqui não é o mesmo lugar.
Aqui estou livre.
Presa apenas à compaixão.
segunda-feira, 25 de fevereiro de 2013
Uma vez amor, para sempre saudade.
As saudades já não se findam,
elas se fazem nós, tamanha é a sua intensidade.
Se torna matéria,
uma terceira camada que intermeia
uma terceira camada que intermeia
entre nossa carne e alma.
E tal qual um machucado,
causado por determinado impacto,
(que nos relembra sermos feitos de carne,
onde o alerta é a dor)
a certos estímulos a saudade se manifesta
e é quando a sentimos presente
bem alí dentro de nós,
descobrindo que ela nunca se foi.
Urso iberno, Vulcão inativo, Estiagem,
nada mais...
nada mais...
Saudade traiçoeira,
engana-se o coração que endurece no afã de proteger-se.
Uma vez amor, para sempre saudade.
A ausência nos ensina a sermos atores da vida,
e encenamos até para nós mesmos.
E na arte de sorrir em meio a dor,
nos fazemos acreditar em nossas próprias meias-verdades.
Ah, essa saudade...
nos faz trilhar por caminhos complexos,
tateando no desconhecido,
nos fazendo descobrir verdades através dos nossos próprios erros.
Saudade, endosso do amor em nossa alma.
Nossa alma triunfante,
suportando todas as mazelas de nossas faculdades.
E como recompensa
descobrimos forças em território ignoto,
muito antes de percebermos querê-las.
********************************************
********************************************
********************************************
********************************************
Esteban Tavares - Pianinho
"Quem é você que me prendeu e depois me deixou pra trás?
Que não vai voltar,
Por mais que eu cante, escreva, toque não vai dar
Você não vai me mudar."
sexta-feira, 22 de fevereiro de 2013
Vida
Vejo poesia na vida,
vejo no simples
uma magnitude em suas particularidades.
Enxergo e sou feliz.
Muito feliz porque além de ver, sinto.
E ando a *fotografar meus sentimentos
e, com isso,
eternizando minhas sensações...
eternizando minhas sensações...
*Foto tirada por Jal Magalhães nas ruas de Maceió...
quinta-feira, 21 de fevereiro de 2013
Ônus ou Bônus?
Rieis de mim,
como a faca cega que me apunhala as costas.
A ferida já não sangra,
mas a dor não cessa.
Peço clemência,
mas o arrependimento não recua a hora,
o tempo não anda de ré,
atropelando todas as vontades e perdões.
As palavras do pensamento são as únicas que se pode recuar.
As que saem da boca não têm volta.
Ainda não inventaram borracha de apagar som.
E, talvez, melhor assim.
Pior do que sentir ou causar dor é protelar o inevitável.
A escuridão dos olhos fechados não assustam tanto
quanto a falta de luz ao dia.
quanto a falta de luz ao dia.
O sol, a lua, num ritmo frenético a nos resguardar das trevas.
E nem merecedor somos.
Seu riso me dói
mas me consola,
pois me mostra que não há
obstáculo algum
a me segurar.
Seu riso,
meu choro,
eles hão de acabar...
domingo, 6 de janeiro de 2013
Lembranças
Quando eu era criança,
meu pai soprava meu cabelo ao me pentear, para que não doece.
Ele deixava meu cabelo "lambido", de lado. Eu ficava feia assim, mas deixava. Me sentir cuidada superava tudo.
Depois ele me levava até a porta de casa, e me dizia:
"Vai filha, eu fico te olhando daqui!".
Eu não olhava pra trás, mas sabia que ele estava lá e eu estaria segura,
e constatava isso ao dobrar a esquina e dar o último tchau pra ele.
Dalí em diante, me cercava de cuidados, todos os que ele me alertou,
tinha que ter cuidado com o papa-figo, tinha que olhar pros dois lados
antes de atravessar a rua, não falar com estranhos, principalmente
se parasse um carro pra pedir informação, nessa hora pedia que eu corresse,
e eu corria.
Ao chegar na escola, antes de entrar lá eu assanhava meu cabelo
e só depois ía para a sala de aula estudar.
A professora me assustava,
lembro-me que ela era gorda, baixinha e má.
Eu não sabia escrever meu nome, na minha mesa uma plaquinha pra eu copiar:
"JACIRLENE".
A professora reclamava, mas esse nome era difícil pra mim.
Antes das pessoas errarem o meu nome, eu já fazia isso muito bem.
Eu era uma aluna boa, em notas e em comportamento.
Nunca cheguei a ser uma "CDF", mas estava bem próxima disso,
se eu não achasse minha inteligência limitada.
Eu não frequentava os banheiros da escola, e passei maus bocados por conta disso.
Nessa época ainda não era por ter paranóias com bactérias, como hoje,
mas sim, por medo da terrível "loira do banheiro". Quem não passou por isso?
No final da aula, eu não ficava por lá perambulando como as outras crianças e,
ao voltar pra casa, voltava correndo e brincando,
já nem me lembrava de fazer mais nada que meu pai havia mandado,
meus anjos me guardavam.
Olhava para o semáforo e pensava: "Qual a cor mesmo que devo passar?
Acho que o verde!".
Eu observava as pessoas e as acompanhava, menos chance de errar,
só não podia falar com elas.
Lembro que um dia, numa dessas voltas pra casa,
chovia muito com relâmpagos e trovoadas,
nesse dia o colégio inundou,
uma árvore caiu sobre as escola numa hora em que eu passava bem perto,
o muro caiu ao meu lado,
eu comecei a correr com muito medo e já cansada parei na venda do Seu Salu,
chorando, e ele me trouxe uma toalha e junto me deu um banquinho pra sentar.
Apesar de assustada, não recusei.
E graças a Deus aquele homem gentil não me fez mal, só me ajudou.
A chuva parou, voltei pra casa com meus olhinhos assustados.
Meu pai perguntou, "O que houve filha?"
Falei que nada, tive medo dele reclamar.
Ele me deu um abraço, me pôs no banho, me vestiu uma roupa quentinha,
como que o único perigo fosse o de eu gripar.
E hoje, eu já com filhos imagino, o que eles passam por aí?
Essas cenas por vezes me passam na cabeça
e hoje me fazem pensar nos riscos que corrí e, mesmo assim, sobreviví.
E graças a Deus e aos conselhos do meu saudoso pai,
tenho hoje como lembrança apenas histórias de uma bela e feliz infância
que me fazem entender que viver é recordar...!
sexta-feira, 23 de novembro de 2012
Meu vestido preto
Ando a desatar teus nós.
Que não seja lábil esse amor.
Amplexos servís me consolam,
exclamam a severidade da dor dessa alma.
Meu sonho se esvai
e fecho meus olhos para com sorte reencontrá-lo.
Meu vestido preto,
meu batom vermelho,
no aguardo.
Cabelos negros a procura de toque.
Quem sabe te inebrie o perfume.
Desço do salto,
contínuo só...
Na cama,
um vestido preto
e apenas um desejo...
o de te encontrar.
segunda-feira, 19 de novembro de 2012
Você
Você e seus medos,
e suas sombras,
e seu passado carregado de peso.
Suas lacunas, seus lapsos,
Seu desmazelo consigo mesmo,
quando não se deixa amar,
sacrificando a poesia.
O querer em outra dimensão,
fazendo crescer o impossível.
Carrega,
como água entre os dedos,
o afã do desejo.
O desejo se esvai,
assim como o tempo.
E o paradoxo do tempo,
inimigo que remedia,
impele a monotonia
e faz voltar a viver,
mesmo com a ausência
de você.
"You can't feel me, no
Like I feel you
I can't steal you, no
Like you stole me"
The Pretty Reckless - You
segunda-feira, 12 de novembro de 2012
Simplicidade
Tão complexo doar-se.
A interpretação alheia nos deixa incapazes de acertar.
As palavras são ditas, mas têm que ser ditas singularmente.
Têm que ser ditas para o coração,
e corações anestesiados precisam de impacto, de fortes emoções.
Gosto do simples, e não me sinto a vontade em ter que impressionar.
Sinto falta da época dos sorrisos sem malícia,
da época em que só ouvíamos um "eu te amo" quando se amava de verdade.
E de quando, raramente, as palavras tinham duplo sentido.
De quando não precisávamos ter que provar, dizer era o bastante.
Me cansa essa disputa pela razão.
Gosto quando fico a sós com a música, ela fala comigo e eu compreendo,
respondo ao autor em pensamento, e fica assim, por isso mesmo.
Me encontro muito mais nas velhas canções, meus heróis já se foram,
e suas artes os imortalizaram em mim.
Ser feliz genuinamente ainda me alcança, e eu ainda acredito em fada dos dentes,
aquela que, hoje, me dizem não existir.
Tenho pena de quem não sonha,
de quem não viaja em cumplicidade com o amor de Deus.
E Deus é o primeiro que amo, sinto e vejo,
e se intensifica na proporção em que acredito.
Sinto sem tocar.
Escuto olhares
( e assim as palavras me são ditas claramente
tanto quanto as que são ditas pela boca).
Sinto o perfume das flores apenas olhando suas cores,
e em cada tom, no degradê de suas pétalas,
inalo a beleza de um diferente e delicioso aroma.
As estrelas, como as de um desenho de criança,
brilham para mim, e me arrancam sorrisos.
Virei gente grande, e às vezes choro quando penso nisso.
Mas ainda vivo a criança que existe em mim
através das inacreditáveis travessuras
das lindas pessoas que nasceram de mim.
quinta-feira, 8 de novembro de 2012
fim do túnel
Voce mexe comigo...
amorna a água gélida,
onde sequer há fogo.
Traz chama à calmaria.
Faz bater o coração.
Preenche...
onde, antes, era só vazio.
Ainda há o vazio,
mas há luz no fim do túnel,
ela fica longe,
e eu nunca alcanço,
por isso canso.
Você
me arranca sorriso,
e nem sabe,
e nem vê.
É, realmente,
a minha luz no fim do túnel,
uma luz boa, de amor.
E no aconchego das palavras
surge um elo,
onde as cores se alegram,
onde as dores abstraem,
onde as faltas são esquecidas,
por um instante.
E, nesse mero instante,
volto a ser
tudo o que deixei de ser um dia.
"Maybe if I'd told you the right words
At the right time
You'd be mine"
Ronan Keating - Baby can I hold you
Site da imagem
Amor no fim do Tunel. -- Fotografia e edição de Matheus de Lima Sampaio, ...
matlima.com
quarta-feira, 17 de outubro de 2012
Meus temores
Uma só palavra sua, e eu viajo,
como se eu estivesse lendo um livro bom,
de uma linda história de amor.
E tento descobrir nas nuances do teu sorriso de canto
se o que estou entendendo não é apenas o meu desejo,
mas o que você realmente tenta me dizer.
E temo o dia seguinte,
temo seus pensamentos,
seus sonhos, seus ideais.
Seu dia a dia em minha ausencia,
realmente, isso me assusta.
Você diz que me ama,
e dizem que o amor é involuntário,
e temo, pois o não amor também é.
Não há matemática, nem ciência,
apenas a química perfeita
que o tempo desgasta.
Mas, como lastimo o amor ter fim!
E sentindo que no final das contas
somos apenas perambulantes
nesse labirinto de quereres,
e nem sempre me esbarro em você,
sofro, e é involuntário, assim como o amor.
Meus temores tomam conta
a cada gota desse tempo que se esvai
esvaziando meu tempo de amar,
de te amar.
E como te amo, te amo tanto...
E vivo esse amor intensamente hoje,
tão intenso quanto ontem,
e que seja intenso amanhã
e o pra sempre, que durar...
quarta-feira, 10 de outubro de 2012
A dor dói
A dor dói para que o mundo não fique desabitado.
Deus é grande em sua infinita sabedoria.
Todos temos vontade de sumir às vezes,
pura ousadia do desejo...
Corajoso o que cala suas fraquezas,
não pela voz, pelas atitudes.
Desabafo é apenas um escape,
quando não machuca ninguém.
Que não doam as almas dos distraídos.
A escusa não sutura corações feridos,
não se desbadala um sino.
E sejamos nobres em nossas dores,
o infortúnio autentica o nosso nível de brandura.
E a cada dia percebo que a dor dói,
para lembrarmos que estamos vivos
e que ficar parado não é a melhor saída.
quinta-feira, 4 de outubro de 2012
Suposições
E você me pune com sua ausência
como se eu tivesse feito algo.
Algo que nem eu mesma sei o quê.
São tantas considerações a fazer
e, mesmo assim, me pego num silêncio profundo
com medo até de dizer um "tudo bem?" pra você.
A distância acontece também para quem está do lado.
A distancia é medida por um mecanismo de nossa própria intuição,
e como somos criativos para usá-lo.
E com essa distância percebo que você me culpa de algo,
de algo que não fiz.
Será que não fazer algo é motivo para algum tipo de culpa?
Estou sentindo que sim...
São complexas as desculpas que usamos,
muitas vezes apenas rondam a mente,
sequer são ditas,
supõe-se que o outro sabe,
que outro sabe tudo,
sabe demais e nada faz...
O iníquo pensa assim.
O iníquo pensa demais.
Me faz mal não saber o que passa em sua cabeça.
Me faz mal ter que deixar pra lá.
Me faz mal ter que fazer de conta que tudo está bem.
Me faz muito mal fazer de conta que você não me faz falta.
A falta é imensa...
mas sinto falta mesmo do que já não existe mais.
quarta-feira, 3 de outubro de 2012
Amor à distância
Amo o sol
Amo a lua
Amo a pretensão da poesia
Amo a letra da canção
Amo a Deus
Amo meus sonhos
Amo o futuro
(é lá que está
o final feliz)
Amo final feliz!
Amo amar você,
mesmo à distância...
sexta-feira, 28 de setembro de 2012
Momentos perfeitos
No instante em que você me toca
percebo que nada mais importa.
São raros os momentos em que
me desprendo do mundo,
e você tem esse poder,
de me fazer andar em nuvens
de girar num carrocel
como se eu ainda fosse criança.
Pego em sua mão,
como se minha segurança dependesse disso,
e meu medo some.
Me sinto forte
a ponto de até, também te proteger.
Digo sim a vida
enfrento as dores
não me lembro de outros amores
e tudo o que importa agora,
eu e você.
Eu e voce
numa unidade...
não parecemos mais de um.
Para que tantos?
E sem planos vivo cada dia
com a idéia de que o "pra sempre" é agora
quando imortalizo na alma, na memória,
esses momentos perfeitos com você.
deito ao seu lado,
te olho,
fico assim até o amanhecer...
quinta-feira, 27 de setembro de 2012
Minto pra mim
Enquanto a nossa música toca,
sinto a sua presença,
sinto o seu cheiro,
lembro do beijo.
Te vejo.
sinto a sua presença,
sinto o seu cheiro,
lembro do beijo.
Te vejo.
Ela acaba,
eu suspiro...
eu suspiro...
Lembro de como foi bom,
do quanto te amei,
do quanto me entreguei.
do quanto te amei,
do quanto me entreguei.
A lembrança de nós dois
é um pouco da eternidade
que se guarda em mim,
como saudade.
é um pouco da eternidade
que se guarda em mim,
como saudade.
E apenas sigo em frente
como se tudo
fosse mais importante que você.
como se tudo
fosse mais importante que você.
Menti quando eu disse
que não te amo mais.
Minto pra mim,
com um forte desejo
de tentar ser feliz outra vez.
com um forte desejo
de tentar ser feliz outra vez.
quarta-feira, 12 de setembro de 2012
Abismo
E é ali, bem na beira do abismo
que a projeção do passado
se exibe, como a um filme,
que transcorre diante dos olhos
daquele que sequer lamenta mais.
E é diante dos olhos que se vê toda a verdade
a podridão que vem até das palavras mais doces.
Com o tempo, vestígios se cruzam
e se fazem entender.
Duro demais entender,
faz do abismo um fardo leve.
É cruel deixar-se analisar depois de um tempo,
depois de uma longa estrada percorrida,
depois da certeza ou da imposição da vida.
Ou, tudo não é o que é, e só?
Crer que só, já foi crido.
Difícil é mergulhar no esquecido
e relembrar as nuances...
que diziam tanto,
mas não foi entendido.
As vezes, de susto,
a gente quase cai da cama.
É assim no abismo,
essa mesma sensação
constante, sem ter fim.
Flutuando num mar de palavras
de olhares, de faltas,
do quase e do talvez,
imagens, cenas, sons
que se agigantam
e tonteiam e deixam em transe
aquele que deseja pular, enfim.
Quando o mundo não faz,
o abismo acolhe.
e fim.
Run - Snow Patrol
terça-feira, 28 de agosto de 2012
Meus ais...
Tem dias
que não tou pra falar,
só para ouvir, e a coisa certa.
Para o outro,
uma linha tênue
entre ser ou não
a companhia perfeita.
O segundo limite,
entre me fazer deixar cair,
ou não, uma lágrima.
Fico assim
sem motivo...
talvez nesse meio tempo surja,
ou eu descubra, ou invente,
pra facilitar.
As vezes meus ais
(aparentemente
sem justificativas)
se findam,
se descubro a causa.
Talvez o vento sopre sua brisa
em meu rosto com a resposta
Preciso discernir
se estou num vazio
ou calma.
Me vejo n'outra linha tênue...
Talvez descubra
vasculhando no fundo da alma.
Mas hoje, não.
Tenho preguiça.
Prefiro continuar assim
a sentir meus ais...
a sentir meus ais...
quarta-feira, 22 de agosto de 2012
Do seu jeito
Me vejo em descontrole.
É que o coração
não pensa.
(Só não se joga
em seus braços
porque mora no peito)
Me olho no espelho,
me cuido
como se você fosse ver.
Me perfumo, me cheiro
como se você fosse sentir.
Se tá do seu jeito,
melhor assim...
Você me vê
com olhos de poucos.
Com os olhos da alma,
do tipo que desnuda
até a curva do pretexto.
Minha alma nua.
Você me sente,
no toque da canção,
e desvia,
no afã de proteger o querer
dessa dança de amar
que nos evola em sonhos.
E feliz pela presença
da lembrança,
assim eu me sinto,
me esbarro
com dúvidas antigas.
Volto a ouvir as mesmas cantigas
e os sentimentos se auto promovem
a um nível superior.
Muito superior
ao que consigo alcançar.
É um amor
difícil de amar.
Do seu jeito...
terça-feira, 21 de agosto de 2012
Palavras Certas
Simplesmente em alguns momentos
não encontro palavras pra te dizer.
É que falar pra você não é fácil.
Talvez estejam em Marte
as palavras que hão de te merecer.
Simplesmente, você merece mais.
Dizer o que já é dito sempre, é pouco.
Porque o bastante não é o suficiente.
Queria te dizer coisas
que te deixassem maravilhado.
Queria falar sobre assuntos que te fizessem sorrir
como quem acabou de ter um momento sublime,
mesmo que o assunto fosse só uma bobagem.
Mas, nem sempre consigo.
E isso tem me deixado assim,
como quem viaja no tempo,
num universo que não é aqui.
E a causa é você.
Tudo o que faço é por você.
E as vezes meu coração sangra por isso.
Enquanto isso,
eu tento encontrar palavras que te mostrem
o quanto você é importante pra mim.
Mesmo nesse meu jeito do avesso.
Desse meu jeito travesso.
Mesmo assim...
Sou assim, pra você.
Nasci pra você.
E também sei,
(o que é uma pena)
Que você não sabe disso
pois, até pra isso,
ainda nao encontrei
as palavras certas
pra dizer.
"Every singer's always singing about someone else
Another bleeding heart another brand new start
But this time I'm singing all about myself"
Bon Jovi
terça-feira, 14 de agosto de 2012
Always
Eu também...
SEMPRE.
Num mesmo sol, que une.
A primavera nos brotando aos poucos,
como encantamento,
nos resvalando pelos cantos
(desse lugar redondo)
que não nos deixa findar.
É dessa arte que eu vivo, de amar...
Sobrevivo aos percalços com meus sonhos.
Extraio assim o que não é de mim,
o que não era pra ser,
mas é, ou será.
Gosto do meu choro com sorriso,
não se importe, deixe estar.
Gosto da minha quietude
na minha explosão interior,
de nada adianta expressar.
Por isso escrevo.
Escrevo coisas
que não quero falar.
Quero ser entendida.
Mas,
meu olhar não tem falado muito.
Nem meu silêncio.
Gritar não adianta.
Por isso,
foi preciso calar.
Assinar:
Postagens (Atom)