quarta-feira, 10 de agosto de 2011

Fogueira



Em baixo da cinza, tem fogo.
Não bote lenha!
Lá, na serenidade da cor,
tem vida,
não pode ser remexida.
Na paz, do que é quase fim,
pode estar o começo,
e eu digo, e repito,
não bote lenha!

Também não sopre,
pois não apaga!
A mais leve brisa
pode ser fonte,
e eu volte.

Não seja fonte,
não seja sol,
o solo é árido.

Não toque nas cinzas,
só o tempo pode apagá-las.

Me deixe ser fogo
sob as cinzas,
enquanto puder.

2 comentários:

Arnoldo Pimentel disse...

Sempre lindos seus poemas, beijos.

Netto disse...

Todos nós em algum lugar do complexo sistema corporal, tem um pouco de brasa sob as cinzas... Uns a guardam com cuidado para que não se apaguem... os mais maduros apenas guardam porque sabem que nunca se apagarão!

Netto