sábado, 11 de setembro de 2010

Atemporal




Atemporal,
a dor nos meus versos
o amor que desconverso
a distancia que aumenta
a insonia nesse quase adormecer,
ou o despertar que me enfrenta
te desinventa e me atormenta

Atemporal,
também, o verbo amar
desses teus olhos que não vejo
dessa tua brincadeira de desejo,
noturna, de faz-de-conta
que me faz as vezes sentir
a doçura, em meus lábios,
de um longo e terno beijo

Atemporal e terso
talvez só meus versos
quem sabe o amor que sinto
eu minto
quando borro meus sonhos
numa tela abstrata,
ou quando desconverso,
ou me traduzo
numa complexa obra de arte

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