quinta-feira, 11 de fevereiro de 2010

Falsa Fênix



E ver-te por entre névoas
sob raios de luz que me cegava
por sobre a baía, esquivei-me de ti
lá onde minhas dores ainda chorava

Ferida de amor, perdida, em prantos
como podia eu dar-te amor em quebranto
era o que restava em meu semblante fenecido
uma alma sentenciada a dor por um algoz desmedido

Acovardei-me em tua presença, bem sei!
Percebi ali, não seria capaz de amar de novo
Em minha face, encoberta por aquela espessa chuva,
escondi de ti minha aflição que jazia nua e crua

Não há palavras que descreva o que sinto
nem a dor de perceber que serias tu o meu Rei
- Não fosse esse labirinto!
Oh, tormenta, que não é maior que meu lamento
Perder meu algoz e meu Nobre em um só momento
Faz-me pior, a vagar com alma penante,
falsa fênix, que em agonia dissecante
se nega a ressurgir do pó pra vida
nesse flébil e sufocante céu cinzento

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