Sentei-me com a cabeça debruçada nas pernas, posição típica de quem reflete sobre alguma decepção, e pensei se todas as pessoas do mundo convivem com algum ser essencialmente complicado, assim como eu, ou se essa situação seria um caso isolado e só eu fui premiada com essa exclusividade. É tão simples, pra mim, identificar situações inusitadas e dar o devido valor a cada uma delas, tipo assim, eu jamais reagiria da mesma forma caso alguém, sem querer, virasse de repente em minha direção e sua mão batesse em meu rosto ou quando alguém na cara dura, por algum motivo isolado, o fizesse por querer.
Seria demais estipular como requisito mínimo de relacionamento querer que o outro tenha ao menos discernimento sobre o valor das coisas, pessoas e situações? Será que eu ficaria sozinha caso eu começasse a “peneirar essa farofa de pessoas” no qual eu convivo? Ou, até que ponto estou certa ou errada quando decido que não importam as falhas de cada um, que eu devo aceitá-las como são, afinal, ninguém é perfeito? Será que não devemos exigir um mínimo de perfeição nelas? Mas, como eu faria? “- Fulana, qual seu índice de perfeição? Preciso saber antes de nos relacionarmos, afinal, já tive tantas decepções!!!” Seria assim na cara dura mostrando que sou uma pessoa egoísta e mal educada e que só penso em mim mesmo?
Enquanto penso nessas, aparentemente, babaquices não consigo, sequer, levantar a cabeça, pois não encontro respostas para esse meu momento de crise existencial onde não entendo muito bem, sequer, o motivo pelo qual ganhei vida. Eu vim pra isso? Seria pouco demais...
As lágrimas vêm em meus olhos e eu penso, quantas vezes isso já aconteceu comigo e por tantas vezes por causa da pequenice de alguém ou mesquinheza nas atitudes de outro que desaba suas frustrações numa pessoa que ela julga estar num momento bom para absorver todas as suas paranóias. Não descobri, ainda, se agüentar isso tudo seria nobreza ou fraqueza. Afinal, agüentar alguém descarregar sua fúria seria ser forte?
Eu pensei que “ir tirando por menos” esses momentos eu conseguiria seguir em frente, mas a coisa está incomodando mais do que de costume e talvez aquele véu que eu usava para embaçar a verdade tenha caído e a situação tenha ficado exposta demais.
Hoje estou pequena, carente, sensível, desestimulada, entristecida, pobre e incapaz, mas isso não me amedronta porque sei que em questão de horas ou de apenas um novo amanhecer eu estarei novinha em folha e novamente grande, forte, feliz e batalhadora. Quem sabe, pronta pra voltar a ser "saco de pancada" de novo!!!
E eu me pergunto: “- Fico feliz ou triste com isso?”
Sentindo isso hoje, num dia de perguntas sem boas respostas!!!
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