sexta-feira, 11 de abril de 2008

Desabafo


Eu sei que não mereço.
Sou menina ainda,
por vezes me vejo descalça bem ali na esquina.
Mas tudo mudou, depois que do meu ventre um anjo nasceu
como um milagre o que jamais entendi aconteceu
tudo se fez visível em minha mente,
Foi aí que cresci e, apenas eu tentei ser
a mãe que um dia pra mim eu tentei ter
não condeno ninguém, pelo contrário
sofri as dores pelas escolhas que fiz
e não posso hoje dizer nem apontar
essa dor como dono, alguém...
Busquei ...
Busquei tudo pra mim,
mas Deus sabe nada foi proposital
por isso sei que essa dor hoje, não mereço. É irreal.
Eu só queria amar o amor mais puro e verdadeiro,
mas só descobri meu erro depois do meu pesadelo
tento não levar isso adiante
e tudo isso guardo pra mim
as dores do tempo, do pranto
do desentendimento, do meu tormento
e até do que ja caiu no esquecimento.
Admito meu erro e não estranho
e hoje eu sei, não mais me engano.
Só quero ser feliz sem ninguém pra dizer como
E até disso desisti... de todos meus sonhos, meus planos,
tudo engano.
E não me venha você nesse exato momento
fazer eu me sentir ou engolir o que não mais agüento
Me perdoa senhor por essa sensação de auto-suficiência
mas não quero sentir outra vez toda aquela dor por ausência
de minha reação
de como dizer um não
de como dizer não importa
de como depois de tudo aquilo
não conseguir sair por aquela porta
É...
Talvez você não entenda nada do que eu digo
mas tenha certeza não passo mais por esse castigo
e sofrer, tenho certeza, de novo não vou
ao menos não mais pela mesma dor
eu agora entendi e não me venha você
por o dedo no meu nariz
e me tratar, mais uma vez,
como se eu fosse uma aprendiz
agora nada mais me importa,
não quero desculpas, só quero respostas
e o horizonte que vai me guiar
pra o que minha vida me reserva.
E dessa vez, bem sei, seguirei em linha reta.

quinta-feira, 10 de abril de 2008

Meus olhos me traem


Tão sublime aventurar-me em tua alma, mesmo em sonho.
Divago na imensidão dos meus desejos e assim,
te sinto, te toco, te beijo.
Tua pele exploro, e me embriago, me entorpeço com teu cheiro.
Chego a penetrar na inquietude dos teus pensamentos e,
como que encanto, te faço desaguar num mar de carícias,
de prazer, de não se conter,
de só querer e amar, o tempo todo você.
Te vejo a mim se entregar como a tua razão jamais ousaria,
e por alguns instantes te embalo no doce ritmo das horas
que nunca acabam, que não se controlam
e se eternizam num breve espaço de tempo
que vai do momento do amor até o amanhecer.

De acordar eu desisto.
Só assim disfarço em prazer a dor que sinto
quando meus olhos me traem, se abrem
e me traz de volta a um mundo onde tenho que sobreviver
com essa angústia de não poder ter você.