Olho o espelho
Não vejo
o reflexo de quem eu sou
Toco-o
e não sinto nele
a dor que em mim se instalou
Gosto do que vejo
Mas não do que sinto
Parece um labirinto
entre o que sou e o que pareço ser
É tão difícil conciliar
quando sou eu a espectar
os dois lados da moeda
Te vejo por fora
te julgo...
e, se gosto, não esmiúço
vou apenas, por escolha,
até onde meus olhos podem chegar
Mas, e a mim?
Não tenho essa opção
pois o que sou realmente
dói constantemente
na alma, no coração
e fujo da comparação, inutilmente,
pois ninguém mais, além de mim
sabe que não sou bem assim