quinta-feira, 11 de novembro de 2010

Lamentos



Vejo o tempo passar, mas não vejo reação nem mudança.
Vejo apenas as diferenças fazendo aniversário e se acumulando.
E porque será que, ironicamente, a resposta disso é necessária para poder mensurar o lugar em que se ocupa?
E, analisando bem, visto através desse ponto de vista, sinto-me reduzida a nada.
A vida está um desastre por si só e, apenas "o tempo" não resolve nada nesse momento,
e isso preocupa, e entristece a cada dia...
A falta existe, mas não do que se representa hoje, mas sim do que já foi um dia.
Tudo isso já foi sentido antes, porém não cabe, e nem se deve, sentir tudo outra vez, é muito dificil isso agora... se deixar levar e/ou passar por velhos tormentos.
Talvez o susto do novo faça-nos permitir o sofrimento, mas a sensatez da experiência não tolera mais!
E talvez essa intolerância tão viva, esteja estragando tudo ou querendo fazer viver o novo.
Não existe vida sem lamentos, mas não se pode viver mergulhado apenas neles. Uma hora falta o ar e a alma se afoga.
Que a vida seja repleta de sentimentos, mas que não precisem ser sufocados.
Que a dor seja presente, mas que alegria visite trazendo alívio para as novas dores e decepções inevitáveis
Que a mente relaxe, e que apenas uma vez só na vida tudo se resolva por si só, feito um bônus divino.
Que o coração enlouqueça,
Que a cabeça trabalhe,
Mas que, finalmente, os lamentos encontrem a paz...

quarta-feira, 3 de novembro de 2010

Dias comemorativos (ou Carta para meu Pai)



Eu tentei te homenagear no seu aniversário,
dia de São João
mas, uma onda de carência do seu afeto me invadiu,
e eu chorei.
É que nesse dia dançávamos juntos
ao som de Luiz Gonzaga,
você, o dançarino mais desengonçado que já vi,
e o meu predileto!



Eu queria te visitar ontem, dia de finados
mas achei melhor não,
me sentiria comemorando tua morte
e isso hei de não fazer jamais,
mesmo sendo chamada de insensível
pois nunca fui "te visitar".



E se eu for?
E se eu te encontrar?
O que vou fazer com essa vontade
de te agarrar e te chacoalhar
cobrando de você, que me dizia,
que jamais iria me abandonar?
E essa dor agora?
E essa lágrima que cai?
Certamente não é porque sou insensível
mas, pela certeza de que, se eu for,
não vou te encontrar...!



Hoje não estou para romance,
nem aí para as rimas
Meu corpo treme, minha alma cansa,
meus olhos inundam
e uma sensação de impotência
me faz, simplesmente, parar.



Também não gosto do Natal,
a gente se reúne e você não está.
(pior que ele chega já!)
Eu gosto do carnaval,
bebo três dias sem parar
e você não está pra reclamar
Mas, o único dia que comemoro,
e realmente adoro,
é o dia primeiro de abril
Pois minto todos os dias para mim mesma
fingindo, o ano inteiro, que você nunca partiu.

quarta-feira, 29 de setembro de 2010

Desconfio




Desconfio que o coração quando bate forte assim
é sinal de uma alma aprisionada, lutando querendo se libertar.
Mas, esse meu coração não há de desistir, não há de se entregar!
E as lágrimas que não aprisiono parecem deixar escapar um pouco desse tormento,
de algo que sobrevive e insiste em criar vida e dominar.
Alma não chora! Ela nos guia ao nosso destino e como inimigo de nós mesmos
procuramos racionalizar os sentimentos tentando anular a existência do amor,
da ausencia, da esperança ou da liberdade de escolha que possuímos.
E porque não acolher o prazer que está por vir?
Nem sempre prazer é sinônimo de realidade, segurança ou verdade.
E a fraqueza toma conta, domina e decide pelo não.
Dificilmente se arriscar (e, quem sabe, perder ou errar) será hábito de muitos. Muitos de nós, aliás, não aceitamos perder para se conseguir mais.
Só queremos somar!
É um hábito muito posto em prática nos dias de hoje e, naturalmente,
se tem perdido muitas possibilidades de ser feliz com medo de dividir o que pouco se tem. Viver não é fácil e ser feliz, nem se fala. Meio paradoxo, mas é a pura verdade... dá um trabalho e é sofrido conseguir ser feliz, uma vez que vivemos anestesiados, sensíveis apenas às fortes emoções, onde é preciso muita força de vontade para conseguirmos apertar o freio, desacelerar e parar pra sentir a delicadeza do que realmente faz diferença em nossas vidas. Pequenos detalhes que, comumente, deixamos escapar por estarmos procurando coisas grandiosas as quais direcionamos nossas frustrações por não tê-las. Vamos somar tristeza com sorriso, alegria com lágrimas, dor com resultado positivo. Vamos tentar criar um meio termo, ou quem sabe ser um pouco *Pollyana e jogar seu "jogo do contente" adotando, como hábito, atitudes e interpretações otimistas. Vamos libertar nossas almas, vamos treinar um sorriso em meio às angustias. Não vamos somar tormento às dores e decepções, pois elas já são um desastre por si só. Procuremos com isso novos caminhos, procuremos não nos deixar dominar por nós mesmos (quer prisão maior que essa?). Não vamos mais sofrer pra ser feliz!!! Eu quero ser feliz pra continuar a ser feliz, mesmo que com pouco, se for apenas isso que me reste!
Desconfio, que quando estou assim, estou mais uma vez acordando pra vida, pra uma
nova etapa que inicia. E tudo o que é novo de certa forma assusta! E eu com minha cara de espanto respiro fundo, sigo em frente e dou aquele próximo passo.
Desconfio de tudo, mas sempre, sempre confiando em mim!



*Pollyanna (ISBN 8504006085 ) é um romance de Eleanor H. Porter, publicado em 1913 e considerado um clássico da literatura infanto-juvenil.
Veja mais: http://pt.wikipedia.org/wiki/Pollyanna

sábado, 11 de setembro de 2010

Atemporal




Atemporal,
a dor nos meus versos
o amor que desconverso
a distancia que aumenta
a insonia nesse quase adormecer,
ou o despertar que me enfrenta
te desinventa e me atormenta

Atemporal,
também, o verbo amar
desses teus olhos que não vejo
dessa tua brincadeira de desejo,
noturna, de faz-de-conta
que me faz as vezes sentir
a doçura, em meus lábios,
de um longo e terno beijo

Atemporal e terso
talvez só meus versos
quem sabe o amor que sinto
eu minto
quando borro meus sonhos
numa tela abstrata,
ou quando desconverso,
ou me traduzo
numa complexa obra de arte

quarta-feira, 25 de agosto de 2010

Labirinto das palavras




Sua risada me condena
à liberdade de te amar para sempre
Satisfaço meus desejos mais intensos
num simples tocar de pele ou troca de olhares
Falo tanto com o silêncio dos meus lábios
e com a força e suavidade da minha expressão.
Numa linguagem cujo entendimento é para poucos
mas você não entende a magia do amor e
se atém apenas ao labirinto das palavras
Percorro teus passos em busca do entendimento
para que a fusão de nós dois não seja uma simples miragem
e que eu descubra na insensatez dos meus versos
o explendor no aroma que incendeia teus desejos
que me harmonizará por fim na melodia de tua canção
Nela que tem balanço, encanto e acalanto
Nela que me diz o meu lugar e nela onde meu corpo está
agora, sofrendo pela dúvida de não saber o que pensar
e o pensar que consome o tempo de onde apenas se devia amar

sábado, 24 de julho de 2010

Dispenso enfeites e palavras




Se me amas em cada verso, em cada canto
Um amor assim dispensa enfeites, até palavras
colorindo minha estrada, enxugando meu pranto
transformando em vida um antigo conto de fadas

Se me amas, mesmo nessa insânia doçura, portanto
(desse vento ambíguo que não traduz minha soada)
espero traduzir-me nessas rimas, mostrar meu encanto
e uma delicada declaração de minha alma apaixonada

Se me amas, isso não é motivo para eu te amar
mas sim as palpitações no peito, meu olho sem jeito
que me acometem quando estou contigo, ou a te fitar

Se me amas, só entendo isso agora, para meu pesar!
E mesmo muito feliz agora, lamento o que não foi feito
ou dito, e insisto, sem demora venha correndo pra me amar!

sexta-feira, 16 de julho de 2010

Promessas em vão



E eu imploro,
coração não vença!
E numa luta constante
onde quase perco
a paz,
o juizo,
a razão...
onde quase ganho
a migalha do teu coração
Como estar submergido
sobrevivendo por apenas um fio
de sopro, que vem da tua paixão
e uma simples onda me condena
e me afoga nesse mar de indecisão
de medo, de dúvida
do pecado que eu mesma criei
quando fiz promessas em vão
pra um Deus que não cansa
de me aconselhar
e de me abençoar
com seu eterno perdão

quarta-feira, 14 de julho de 2010

Vamos viajar agora?



"Uma velha amendoeira, que eu plantei na infância. Daquelas que enfeitam a terra com suas folhas secas, avermelhadas. Há quem diga que só fazem sujar, pois não enxergam a beleza de mais um ciclo que se completa. A beleza da vida tão bem representada e tão pouco admirada. E sobre esse tapete de barulho característico e agradável me deito e leio um livro, embaixo de uma sombra que me deixa curtir a brisa suave que respira em meus ouvidos numa canção que apenas se ouve ao ouvido de poucos. E esse céu pintado de azul com mesclas brancas que me transporta a um estado de paz inerente ao lugar, me permitindo viajar nas páginas que devoro insaciavelmente e que me contam uma bela história de sedução e amor, que se fundem invariavelmente na vida das personagens e do meu "eu" personagem que participa passivamente e devora compulsivamente aquelas linhas."
Pra falar a verdade, estou no trabalho... quatro paredes, duas portas, e uma delas apenas vai dar no banheiro. A outra, vai dar na rua que costumeiramente tem um barulho infernal devido ao fluxo intenso de trânsito. Além disso, o que mais se vê? Comercio! E pessoas fazendo o comercio. Dando vida a ele com toda força e intensidade. Acumulo de stress não traz dinheiro, nem paz. E em um razoavel espaço de tempo estamos nós gastando o que conseguimos ou até tres vezes mais, em clínicas, terapias e medicamentos. Por isso mesmo, quando o bicho pega, mesmo sentada aqui nessa cadeira de escritório com rodinhas, eu viajo mesmo. E debaixo dessa velha amendoeira imaginária relaxo, e leio e descanso por alguns instantes. Por vezes volto no tempo, na idade que me convier, por poucos minutos mas, quando volto, tomo uma xícara de café e renovada, com a cabeça fresca (quem sabe daquela brisa suave) encaro o batente com as idéias fluindo melhor e com a cabeça no lugar.


Bom relax a todos!!!

quarta-feira, 30 de junho de 2010

Co-piloto que mora em mim



Você não se importa
e eu sofro, e eu penso...
Seria querer o impossível
ou ainda não é o momento?
(E cada dia que passa,
apenas maltrata, ainda mais).
Grande tormento que incentiva
e dá asas pra uma mente iludida
que ignora impossibilidades
e luta em vão nessa guerra de uma alma só.
Pura fantasia que,
não cabendo mais chamar assim,
passou a ter vida, força
mesmo depois do quase último suspiro
que quase trouxe o fim.
Possibilidade de um imaginário
que acrescenta e desmente
que os passos pra trás
estão se recolhendo ao passado.
E o adiantado da hora pede urgência
pede clareza, transparência
para que o amor não se torne dor
nem lembrança, nem castigo
pra esse coração que luta
não desiste, não cansa,
nem admite que já foi vencido.
Paralelo a isso eu vivo,
num paradoxo inteligível
sorrindo,
numa carapuça que subsiste
e aciona
o co-piloto que mora em mim

sábado, 26 de junho de 2010

Falso diamante



Esse peito...
Desacelerado, meio com gelo
buscando um "sei lá o quê",
cambaleante, meio sem jeito
ou cansado de ser intenso,
quem sabe...
(talvez numa fase
de não querer).
Pretensa poetiza
escondendo-se por trás
de fajuto coração de pedra
que, no íntimo, ama
mas, se engana...
pois não aguenta mais sofrer.
Essa zircônia,
que disfarçava-se em diamante,
hoje se quebra...
não há mais de se enganar
nem de, mais uma vez,
me fazer morrer

Idem...



Idem, pra você!
Confesse-me...
se quer chegar em algum lugar,
não parece!!!
Minha ética, meus zelos...
normal, deveriam ser mais rígidos
mas têm se abrandado por ti.
Idem pra você a dúvida,
a ausência e a pusilanimidade
que não faz jus a idade
Ofereço-te uva verde
afim de que amadureça contigo
para uma nova e singular colheita
A vida é farta de surpresas e aprendizados
não quero repetir os erros do passado
Não sou árvore seca...
boas árvores sempre dão bons e novos frutos
e eu estou enfeitada de brotos
O pão nosso de cada dia é uma benção
mas não me impede de almejar o vinho
deixo em paz teus segredos
(E não o tenho feito até hoje?
O que sei?)
E confesso num caminho desabitado
que apenas sigo os trilhos, ansiosa
por ver onde vão dar!
Meu dedo em riste é óbvio
Sou "a Donna", mas não da razão
pra julgar ou perdoar
Somos feitos de momentos e,
desabafos fazem parte do verbo amar

domingo, 20 de junho de 2010

Mea Culpa



Mirante,

esse que olho...

sem lados,

sem fim,

sem saídas.

Meu Deus...

me diz,

o que será de mim?



Mea-culpa?

Ah, quem me dera...

sou mais que isso.

Sou a carne,

sou a verdade

do lado mentira,

sou o foço d'um poço chamado desgosto

sou a desgraça do que dizia:

"Ah, quem me dera!"


Ele espreita,

e sofre,

e decide,

e quem sabe eu suplique

ainda mais...

Mea-culpa?

Ah, quem me dera!

Sou a parte real da mentira,

aquela que no imaginário se dizia

mas não era,

mas fingia

e bem...

tanto que foi crucificada

no ócio

no silêncio

no vazio

d'um momento que cala

mas não tarda

e fala...

e tudo terá fim.

Só não se sabe que fim...

segunda-feira, 24 de maio de 2010

Manto de sombras



Faces de um lado obscuro
sem luzes no fim do túnel
Silencioso
como os sorrisos de canto
ou como os olhares mendigos
que se expõem, mas de tão inexpressivos
apenas conseguem silenciar

Falo de uma emoção que não se descreve
(que traz no coração um vazio, um aperto)
como quando se aventura na cama, sem sono,
e o consolo...
um controle remoto, um travesseiro!

Ao amanhecer, sem despertar
dormindo de olhos abertos
o dia com roteiro já certo
que passe logo, pois é preciso deitar

no meio do dia, sem aguentar
se deita, e rola,
o frio incomoda
se enrola
mas não se deixa levantar

Em sua mente um mundo
que não pára, projeta
anseia e lamenta
mas seu corpo, estátua
já não pode concretizar

Seu amigo, um terapeuta
seu alimento, "um" tarja preta
Suas vestes, um manto de sombras
e a força que não encontra
se esconde, por trás
de um simples versejar

terça-feira, 11 de maio de 2010

Antes só?



No fundo em cada mulher há um quê de essência sonhadora.
E como uma faísca num palheiro e apenas um leve sopro,
inexplicavelmente pegamos fogo. E eis que cresce (ou volta)
o maldito desejo de que seja "aquele" o nosso homem encantado.
Aquele das histórinhas de Cinderela, daquele livrinho que
nossa própria mãe nos presenteia, nos alimentando desde criança o sonho
de que ele, o principe, há de um dia nos encontrar!
Decepção nos presenteia aprendizado.
Experiência nem sempre nos serve de auto defesa,
mas quem sabe, também, para encontrarmos uma forma melhor de lidar
com o mesmo problema novamente (que talvez seja uma realidade imutável)
afim de machucar menos nossa alma e coração que são o alvo
principal de nossas loucas experiências.
Culpá-los (aos homens) por suas deficiências? De nada adianta... Somos fênix e
por isso devemos procurar por "homens de verdade" que viva uma situação que você
consiga lidar melhor. Porque homem santo ou perfeito não existe. Elimine os mentirosos e lembre-se que até ficando só temos a companhia de nós mesmas... e cá entre nós, não somos tão fáceis assim e nem sempre tão corretas, por vezes até sozinhas nos machucamos.
Ao menos estando com eles teremos em quem colocar a culpa nos momentos de infelicidade!!!
PS: Essa última é uma boa idéia mas é brincadeirinha, rsrsrsrs

Já estamos separados



Eu sinto,
Na alegria com que se divertes na tv
Com o tempo que descansas em nossa cama
Na resposta automática,
retribuindo,
ao dizer que, também, ainda me ama
E talvez pelo costume
ou a certeza de que o outro sempre estará lá
o carinho, o sorriso, a atenção ficam sempre para depois
Será que "o depois", logo depois ainda existirá?
E dentro de mim um tipo de amor ágape
nos une, e me encoraja
Não desgrudamos
e estamos sempre lado a lado
mas, no fundo...
Eu sinto,
que já estamos separados!

terça-feira, 20 de abril de 2010

Silêncio X Silêncio



Silêncio...
(passível de interpretações)
diz mil coisas ao coração

O que ama
(esse que aguarda)
mesmo sem compreender,
respeita!
E dá-se um tempo...
E aguarda...
E espera
(espera angustiante)
e como ama
e como respeita,
apenas aguarda!

O silêncio
de quem aguarda passivo
(ao menos aparentemente)
que o silêncio do outro acabe,
talvez seja um grito
de quem ama
mas respeita
e aguarda!

E escondo em mim
(e de ti)
a flor que carrego
nas entrelinhas de meus versos
para te dar
quando todo esse silêncio acabar

Ele há de acabar!!!

segunda-feira, 19 de abril de 2010

Cansaço



O cansaço
emudeceu a alma
apagou da memória
o que ía virar palavra

E não riscou o papel
que permaneceu listrado
e só!

Deixou alvo o muro
(Não usou nele o spray
vermelho do amor
nem verde da esperança
nem mesmo o preto da dor)
Lá, apenas uma placa:
"proíbido pichar!"

Não comprou as rosas colombianas
que agora murcham
(tristes na floricultura)
por não alegrar, unir ou perdoar
um coração
que ainda está a aguardar

Mas não,
ele não deixou

o carro não ligou
e no rádio não ouviu
o locutor declamar
a carta de amor
(que seu amor enviou)
lhe pedindo pra voltar

e já que não voltou...
da vida cansou
apenas deitou
e o cansaço
não lhe deixou dormir
nem reagir
nem pensar
nem sonhar

sexta-feira, 16 de abril de 2010

Meu olhar



Meu olhar...
Ah, ele me revela!
Silencio palavras
Diminuo os passos
Educo meus sentidos
Retardo movimentos

Mas...

Ele não perdoa!

Eu me retraio
ele convida
Eu digo não
ele autoriza
Minha voz amansa
ele ameaça
Eu compreendo
ele duvida
Sou imparcial
Ele critica

A vida...
apenas observo
mas, meu olhar,
quando se revela,

Ahh...

Ele me entrega!!!

Gestos


Em tempos de grandes emoções
fica eu aqui, acuada!
Precisando dizer isso,
provar aquilo.
Fazer assim
ou assado.
Robotizada...

Sentimento não fala mais nada?

Eu que valorizo minucias
a tudo sempre ligada
Naquele sorriso de canto
Naquele olhar meio de lado
Na respiração presa
ou acelerada
Prestando atenção
no movimento dos dedos
como mexe nos cabelos,
as mãos no bolso, sem graça
ou até, a sobrancelha levantada.

Os detalhes dos gestos
são pequenas reações à estímulos
e falam mais verdades
do que mil palavras!!!

domingo, 11 de abril de 2010

Parabéns pra você!!!


Parabéns pelo seu dia
é o que certamente eu diria
se ao teu lado estivesse agora

Um abraço bem apertado
um presente bem embrulhado
com todo carinho e amor

Me sentiria deveras feliz
ao te ver ganhar o que fiz
com palavras especiais
coloridas igual arco-iris
com aroma de flores
vindas do campo do meu coração

Esses versos são pra você
apenas para te dizer
até hoje o quanto te amo

Te amo por existir
também por ser assim
do jeitinho que você é

Uma pessoa bela
de alma singela
e muita luz ao seu redor

Inteligente
Paciente
Persistente
Assim como se deve ser

Para ser
Conseguir
Viver
Tudo isso
Que Deus,
Justamente,
reservou pra você.

Te amo demais
e por você sou capaz
de um mundo mudar
de o sol ir buscar
só pra te ver feliz
e um sorriso teu admirar

É só o que posso te dar
palavras sinceras
quem sabe até belas
e em meu coração reservar
Para você
Para sempre
um lindo lugar

Parabéns pra você
É o que diz a cantiga
Não só a data,
mas também, você é muito querida
Que por existir mudou minha vida
e mais leve, brilhante
deixou meu caminhar


Homenagem a minha amiga que amo "Flavia Freitas"

sábado, 10 de abril de 2010

O beijo



Assim como o vento,
teu pensamento viaja
me trazendo um beijo
com sabor do desejo
do teu lábio que arde

Procurando encontrar
abrigo no seio do leito
de um amor dolente
que há muito
felicidade não sente

E com o beijo do desejo
nossas almas se encontram
num sonho em tons de azul
onde dançam e se amam
em pura e plena sintonia
Não importando a distância
(Se estou quase ao Norte
se estás quase ao Sul)

quarta-feira, 7 de abril de 2010

Casanova



Me entrego
aos teus encantos
meio estranhos que,
inexplicavelmente,
me acendem

Seu toque gelado
ao contrário,
me aquece,
e parece sugar-me
quando se aproximas de mim

Adormeço em teu colo
quando acordo
não lembro de nada
e sem forças
só sei que fui amada
e amaldiçoada
por esse amor
que nem em morte
terá fim

domingo, 4 de abril de 2010

Julgamento



Ciúmes
- compreendido!
 Freio
- desesperado!
Insegurança
- solucionável!
Arrependimento
- desnecessário!
Vergonha
- inexplicável!
Desejo
-inevitável!
Covardia
-superável!
Ausência
-exagerado!
Julgamento
- inadequado!
Sentença
- Coração aprisionado!
(por tempo indeterminado)

sábado, 3 de abril de 2010



Um coração partido pode ainda se quebrar?
ele em mil pedaços, quase no ponto
de virar pó e poder voar,
se espalhar com o vento
aos quatro cantos do tempo
levando pro espaço
o passado, o presente, o futuro
e, pra sempre,
esse eterno sonhar!

Pó,
cinzas do amor,
(Em quê pode ainda se transformar?)
jogado nesse (antigo) mar de amar
quem sabe, com o tempo
tudo não volte ao seu devido lugar!!!

Mas, amar?
Esse pó não há
de, novamente, se transformar!!!

sexta-feira, 2 de abril de 2010

Despedida



Falo de uma dor...
de uma dor que dói no peito
alívio não implica problema desfeito
só um refresco que a vida concede ao coração

Coração frio, adormecido
se encantou com os feitiços da paixão
Virou vulcão...
explodiu lavas e destruiu
cada raciocínio lógico da razão

Melhor seguir vazio, sem saudades
ou quase morto, infeliz
por abrir mão de um amor de verdade?

Felicidade visitou
com hora certa de partir
mas ela, burra, não me falou
que não podia viver pra sempre
junto a mim.

quinta-feira, 1 de abril de 2010

Ainda assim te procuro



Te procuro
no escuro do mundo
pela fresta dum muro
que separa a dor e o amor

Sigo a corrente do Rio
de Janeiro a Dezembro
num tempo que não passa
nem pára,
nem afasta o dissabor

Falência dos sentidos
e desse coração partido
que sangra, ferido
mas não deixa de te amar

Sina dos gigantes
dos exagerados amantes
não se ama mais como antes,
por tão pouco, 
vemos tudo se acabar

Hoje, um "eu te amo"
amanhã... um talvez!
Não percebe como me sinto
e o mal que voce me fez?

Ainda assim te procuro
(no escuro do mundo
e numa fresta
onde tento te encontrar)
e pêrdôo
cada palavra não dita
e essas horas malditas
que me deixastes 
a chorar

terça-feira, 30 de março de 2010

O jogo da vida



Perdi muita força
mas não recebi "game over"
e consegui mudar de fase.
Sensação de vitória
que não indica ponto final,
mas a chegada
de uma nova missão a cumprir
sem dicas, nem atalhos
buscando caminhos passo a passo
guiada pelo meu senso incomum
a mercê de regras desconhecidas.
Vou ultrapassando limites,
ascendendo,
nesse lindo 
jogo 
da vida...

Ah, querido poeta...



Ah, querido poeta...
Escreves por estar vivo
(não apenas ante o oposto
da palavra morte,
mas em sua essencia,
cheia de sentimento,
de sentidos apurados,
de percepção de vários universos)
e com isso eternizas tua alma,
teu pensamento, tua memória,
mesmo quando da falência
da casa de teu espírito
com prazo de existência.
Ao contrário,
tuas palavras hoje registradas
dão início a tua eternidade.