segunda-feira, 25 de fevereiro de 2013

Uma vez amor, para sempre saudade.




As saudades já não se findam, 
elas se fazem nós, tamanha é a sua intensidade. 
Se torna matéria, 
uma terceira camada que intermeia 
entre nossa carne e alma.
E tal qual um machucado,
causado por determinado impacto, 
(que nos relembra sermos feitos de carne, 
onde o alerta é a dor) 
a certos estímulos a saudade se manifesta
e é quando a sentimos presente
bem alí dentro de nós,
descobrindo que ela nunca se foi.
Urso iberno, Vulcão inativo, Estiagem, 
nada mais...
Saudade traiçoeira,
engana-se o coração que endurece no afã de proteger-se.
Uma vez amor, para sempre saudade.
A ausência nos ensina a sermos atores da vida,
e encenamos até para nós mesmos.
E na arte de sorrir em meio a dor,
nos fazemos acreditar em nossas próprias meias-verdades.
Ah, essa saudade... 
nos faz trilhar por caminhos complexos,
tateando no desconhecido, 
nos fazendo descobrir verdades através dos nossos próprios erros.

Saudade, endosso do amor em nossa alma.
Nossa alma triunfante,
suportando todas as mazelas de nossas faculdades.
E como recompensa
descobrimos forças em território ignoto, 
muito antes de percebermos querê-las.




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Esteban Tavares - Pianinho


"Quem é você que me prendeu e depois me deixou pra trás?
Que não vai voltar,
Por mais que eu cante, escreva, toque não vai dar
Você não vai me mudar."




sexta-feira, 22 de fevereiro de 2013

Vida




Vejo poesia na vida,
vejo no simples
uma magnitude em suas particularidades.
Enxergo e sou feliz.
Muito feliz porque além de ver, sinto.
E ando a *fotografar meus sentimentos
e, com isso, 
eternizando minhas sensações...

*Foto tirada por Jal Magalhães nas ruas de Maceió...

quinta-feira, 21 de fevereiro de 2013

Ônus ou Bônus?



Rieis de mim,
como a faca cega que me apunhala as costas.
A ferida já não sangra,
mas a dor não cessa.
Peço clemência, 
mas o arrependimento não recua a hora, 
o tempo não anda de ré, 
atropelando todas as vontades e perdões.
As palavras do pensamento são as únicas que se pode recuar. 
As que saem da boca não têm volta. 
Ainda não inventaram borracha de apagar som.
E, talvez, melhor assim. 
Pior do que sentir ou causar dor é protelar o inevitável.
A escuridão dos olhos fechados não assustam tanto 
quanto a falta de luz ao dia. 
O sol, a lua, num ritmo frenético a nos resguardar das trevas. 
E nem merecedor somos.
Seu riso me dói 
mas me consola,
pois me mostra que não há
obstáculo algum
a me segurar.
Seu riso,
meu choro,
eles hão de acabar...